Filmes

Dziga Vertov
-- Um Homem Com Uma Câmera –
A revolução dos kinoks (cinema-olho) e kinopravda (cinema-verdade).



Uma espécie de prévia, "treino" sobre o ato de pensar cinematograficamente. Como o próprio título já antecipa, o que importa é quem está por trás da câmera, que pode ser qualquer um. Através de realidades óbvias, Vertov compõe novos significados e perspectivas, inserindo um tom musical que vem de dentro prá fora ou sequer sai.Não há história e sim o entrelaçamento de imagens e o seu poder de dialogar. Uma arte que não se resume a entreter.


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Sergei Eisenstein
– Outubro –


Contrapondo a "montagem emocional", o cinema de Eisenstein é embasado na "montagem racional" pela qual o espectador é constantemente estimulado a refletir.
Outubro - ressaslta a força da organização do povo, fator imprescindível e que proporcionou a tomada do poder pelos bolcheviques.
 A versão original tinha mais de 3 horas e foi covardemente censurada pelo governo de Stalin.


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 Jean Vigo
-- Zero de Conduíte –



O Cineasta francês manifesta toda a revolta contra a sociedade burguesa de 1933 repleta de "bons costumes". O filme faz uma alegoria e se passa num colégio interno em que os estudantes se voltam contra o autoritarismo dos professores.

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  - Baader Meinhof –
A efervescência salta aos olhos.




  Os textos ácidos e a indecisão de Ulrike Meinhof unidos à impetuosidade agressiva e algumas vezes afoita de Andreas Baader, cansado de ouvir o apático discurso da Esquerda e com o intuito de ir além de simples passeatas. 
  A luta é contra o imperialismo estadunidense que na época impunha sua presença no Vietnã, indiretamente em Israel -- até hoje -- fornecendo equipamentos bélicos e, principalmente, usando a RFA como catapulta para ataques no oriente. Aliás, não só contra o mega imperialismo, mas qualquer outro similar. Os membros do BAADER MEINHOF diziam constantemente que suas ações eram voltadas em solidariedade aos diversos movimentos que ainda resistiam à dominação do capitalismo, fosse na América Latina ou na Ásia e ,em determinado momento, contavam com grande apoio popular.
 O estopim se dá após uma manifestação, até então pacífica na qual uma estudante é agredida covardemente no rosto por um militante da Direita. Após isso, o que se vê são vários revides e apesar de certa incoerência -- ninguém é perfeito --, o grupo mergulha na questão: existe revolução sem armas?
 A Direita prontamente definiu o movimento como puro terrorismo, denominação reforçada leviana e puerilmente pelo diretor, que não satisfeito com isso, ainda compartilha da mesma visão distorcida do autor do livro cujo filme é baseado,  apontando os líderes do grupo como se fossem moleques desorientados que saem matando pessoas apenas para chamar a atenção e por fim, supostamente se suicidam -- jamais comprovado até hoje.  A intenção  do escritor e diretor, através de insinuações, era de rearfimar à geração contemporânea e da época que foi apenas um grupo terrorista. Um "tiro no pé". O fato é que  trata-se de um grupo quase que lendário, o qual a DIreita gostaria mesmo que nunca tivesse existido.     
Mas afinal...quem são os terroristas?????   

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-- Muito Além do Cidadão Kane –
 BBC - Londres


 Documentário realizado pela BBC de Londres, que em princípio, tinha por objetivo dissecar certos mistérios da mídia brasileira. Contudo, ao se descobrir que a abjeção da rede Globo era mais do que verídica, esta passou a ser o foco, mesmo que em determinado momento comprometam também a falsa caridade – se é que existe alguma autêntica – de Sílvio Santos.


O Doc simplesmente demonstra a velha fórmula global de alienação utilizada até hoje, desde o início com o programa Xuxa e a mesma cantando: “Todo mundo tá feliz...” e o locutor emendando: “Nem todo mundo está feliz no Brasil...”. Há também menção ao “show da vida” fantástico, que não poderia ficar de fora.

Caso comente sobre esse doc com alguém, muitos vão dizer que nunca ouviram falar, outros vão fingir que já assistiram e haverá aqueles que dirão: “mas...isso faz tempo...não dá prá relacionar à nossa geração”. Ah tá....A Rede Globo continua tentando comprar o teleespectador através de belas imagens numa espécie de hipnoze e faz questão de apresentar um outro mundo, como se vivêssemos na Terra do Nunca ou num universo paralelo. Com exceção dos títulos das novelas, digam-me, sinceramente, o que mudou?
Veja com outros ouvidos e escute com outros olhos. 

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Fritz Lang

- Metropolis –
“De quem é o sangue que lubrifica as máquinas?”



Maquiagem e atuações exageradas e tudo proposital. Mentes tortuosas e que enxergam em preto e branco. Uma cidade dividida entre abastados e seus arranha-céus e os miseráveis, que sobrevivem em uma parte subterrânea, como ratos num esgoto. Parecem robôs programados para o trabalho escravo. Apáticos e imundos. Cabisbaixos e mudos. Esse é o futuro lúgubre concebido por Fritz Lang numa época em que as teses positivistas de que tudo acabaria bem – pois ciência e  tecnologia desenvolveriam uma fonte de progresso inesgotável – eram confrontadas por uma Alemanha arrasada, faminta, inflacionada e sem perspectivas.
No longa, operários desolados se apegam à esperança religiosa fácil, representada por uma pseudo-santa, e têm seus olhos abertos apenas quando surge o Homem-máquina. Contudo, o filme cai num moralismo barato.

 

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